Gosta de Queijo Azul? E de Gorgonzola, você gosta?

O “Gorgonzola” brasileiro mudou de nome: agora é oficialmente “Queijo Azul”. A alteração vem do acordo MercosulUnião Europeia, que reconhece “Gorgonzola” como Indicação Geográfica (IG) exclusiva das regiões italianas da Lombardia e Piemonte. No Brasil, só produtores que provarem uso anterior do termo até 25 de outubro de 2017 poderão mantê-lo temporariamente, conforme portaria do Ministério da Agricultura.


O que está em jogo: Indicações Geográficas

Gorgonzola” é uma Denominação de Origem Protegida (DOP) na União Europeia, assim como “Champagne” ou “Feta”. Pelo acordo, o Brasil deve respeitar 358 IGs europeias. Em troca, 37 produtos brasileiros — como os queijos “Canastra” e “Serro” — passam a ser reconhecidos e protegidos na Europa. A aplicação das regras no país cabe ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e ao Ministério da Agricultura.


Impacto econômico e cultural

Para pequenos e médios produtores de queijo azul, o impacto é imediato: refazer rótulos, embalagens e reposicionar marcas. A partir de agora, até o velho “tipo gorgonzola” sai de cena.

A transição segue a Portaria SCRI/MAPA nº 1/2021 (publicada em 2022), que abre exceção para cerca de 20 a 30 empresas listadas como usuárias prévias. Quem comprovar uso do nome antes de 2017 pode mantê-lo — mas só por um período limitado.

Resta saber quanto tempo o consumidor levará para pedir naturalmente “Queijo Azul”. Talvez, menos do que levou para parar de chamar todo requeijão cremoso de “Catupiry“.


No balcão do dia a dia

Para quem compra no supermercado, pouca coisa muda além da etiqueta. O sabor pungente, o aroma inconfundível e as veias do mofo nobre Penicillium roqueforti continuam os mesmos.

As crianças ficarão decepcionadas porque o tal “queijo azul” não pinta língua nem dentes, continua, “apenas” um clássico da maturação.


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