Sucesso nas confeitarias e possível disputa por direitos de uso: descubra como o Morango do Amor se tornou um fenômeno cultural e pode se tornar um case jurídico no Brasil.
O que é o Morango do Amor?
O Morango do Amor é um doce brasileiro composto por um morango inteiro, coberto com brigadeiro branco e envolto em uma calda de açúcar caramelizado vermelho.
Visualmente semelhante à tradicional maçã do amor, pode ser servido em palito ou no formato de bombom. Sua textura crocante, combinada ao visual estético e ao sabor equilibrado, tornou o doce extremamente popular nas redes sociais, especialmente em vídeos curtos e virais.
Mas, MORANGO DO AMOR também é um pirulito Peccin S/A, que tem o registro dessa marca desde janeiro de 2010.
Essa trend, talvez, não seja tão doce…
Origem e crescimento nas redes sociais
Onde surgiu o Morango do Amor?
Apesar de ainda existir debate sobre sua origem exata, a confeiteira baiana Priscilla Diniz, de Salvador, é apontada como uma das pioneiras ao popularizar a receita em 2023. A inspiração vem da mistura entre a tradicional bala baiana e a maçã do amor.
Em julho de 2025, o doce explodiu no TikTok, Instagram e X, impulsionado por vídeos de preparo e degustação, sendo verificado um enorme crescimento em seu consumo e de buscas no Google.
O Morango do Amor se espalhou por todo o país, com relatos de sucesso em estados como São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraíba. A receita também chegou ao exterior, sendo produzida por empreendedoras brasileiras nos Estados Unidos.
Preço: do popular ao luxo
Quanto custa?
Nas confeitarias do interior paulista, o doce costuma ser vendido entre R$ 20 e R$ 30. Em versões artesanais, os preços podem chegar a R$ 50 via delivery.
Versão premium esgotada todos os dias
O confeiteiro Denilson Lima, em São Paulo, criou uma versão de luxo do Morango do Amor, com 8 unidades decoradas com açúcar isomalt no estilo Fabergé, vendida por R$ 2.100. Uma edição atualizada, lançada por R$ 2.300, também entrou em lista de espera, com forte adesão de celebridades e influenciadores digitais.
Mas “Morango do Amor” é marca registrada: o que isso significa?
Quem é o titular da marca?
A marca “Morango do Amor” é registrada pela Peccin S/A, do Rio Grande do Sul, desde 2010, para identificar um pirulito com caramelo e recheio sabor morango.
Segundo a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96), isso confere exclusividade sobre o uso comercial do nome em categorias semelhantes, como balas, doces e confeitos.
Quem pode usar o nome?
- Criadores de conteúdo: o uso editorial ou educacional (como receitas em blogs, vídeos ou tutoriais) geralmente não infringe a marca registrada.
- Comerciantes e confeiteiros: quem utiliza o nome “Morango do Amor” para venda comercial pode ser alvo de notificação extrajudicial ou ação judicial, especialmente se houver concorrência com o produto da Peccin.
Segundo apurações, algumas redes de franquia já comercializaram o doce com esse nome, situação que pode dar causa a debates e possíveis sanções.
Contexto e tendências
Economia criativa viral
O Morango do Amor simboliza a nova fase da confeitaria digital, onde estética, sabor e engajamento nas redes sociais impulsionam o sucesso de pequenos empreendedores.
Alguns defendem ainda que, diante da solidão desses nossos dias, essa tem sido uma forma de baixo custo de encontrar algum pertencimento, de qualquer maneira, é certo que este tipo de estratégia tem sido utilizado com sucesso há muito tempo e ajuda a explicar o sucesso da Krispy Kreme Doughnuts em São Paulo entre outras tendências recentes de consumo.
Disputas jurídicas em perspectiva
Com a alta exposição, cresce a chance de litígios por uso indevido da marca, especialmente se houver escalonamento industrial ou venda por e-commerce com ampla visibilidade.
Conclusão
O Morango do Amor deixou de ser apenas uma sobremesa e se tornou um fenômeno da cultura digital e do varejo gastronômico. Com origem baiana, força no marketing viral e apelo sensorial, o doce também levanta questões importantes sobre propriedade intelectual.
Empreendedores devem equilibrar criatividade com segurança jurídica, adotando nomes alternativos ou buscando orientação profissional para evitar riscos com marcas registradas.
Nesse caso, quanto maior for o lucro assim será o prejuízo, logo, todo cuidado é pouco.